O território do Parque Arqueológico do Vale do Côa é uma das zonas de maior densidade de pombais no interior Norte de Portugal – cerca de três centenas – ao longo de 200 Km2. Sobressaem na paisagem, em encostas, entre vinhas, amendoeiras e olivais, por estarem isolados, pintados de branco, e normalmente de forma circular ou em ferradura.
Os pombais surgiram a partir de meados do século XVIII e sempre fizeram parte da vida rural habitual e de um sistema autossustentado. Há algumas décadas, muitas terras eram cultivadas com cereal. As sementes deixadas na terra eram aproveitadas pelos pombos, perdizes e outras aves selvagens, além de coelhos. A existência destas espécies facilitava, por sua vez, a fixação de aves de rapina, como a águia-de-Bonelli (Aquila fasciata), do açor (Accipiter gentilis) e do falcão-peregrino (Falco peregrinus).
A carne dos “borrachos” era também aproveitada pelas gentes locais, como fonte adicional de proteína, e o estrume dos pombos usado para fertilizar os solos agrícolas.
Entre as peculiaridades do pombal, está a cobertura de telha ou lajes para impedir a entrada e outros animais, e a pequena porta com a soleira elevada para impedir a entrada de roedores e para evitar que a porta fique empenada com o estrume no interior. Lá dentro, as cavidades na parede servem de ninhos e ainda possui uma mesa de apoio e, frequentemente, uma pia de pedra, que serve de bebedouro.
Pode visitar este pombal que foi recuperado em 2010, contactando o Museu do Côa, Centro Ciência Viva.
Sinta-se um viajante do Tempo neste museu ao ar livre que preserva gravuras com 30 mil anos.
Entenda porque os pombais foram e são tão importantes ao nível cultural, arquitetónico e ecológico.
Viva a natureza e a paisagem marcadas por uma biodiversidade extraordinária e espécies protegidas.
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